Bag om História da Literatura Portuguesa - Os Árcades
No seu espírito e ação revolucionária, o século XVIII é o términos de uma trajetória, iniciada no século XII, em um constante conflito social e mental, em que da barbárie gótica ressurge o mundo moderno pela Renascença greco-romana, pelas revoltas comunais e terceiro estado, pelo protestantismo, pela livre crítica, até que pela dissolução do regime católico-feudal irrompe a explosão temporal que se denomina - Revolução Francesa. Os seus efeitos foram vastos, pois que o assombroso fenómeno não era simplesmente local, mas a consequência da solidariedade do Ocidente, do concurso europeu. José de Maistre considerava o século XVIII como a continuação do século XVI, em que o humanismo e o jesuitismo disputam a disciplina dos espíritos, e o protestantismo vem acordar duas fortes nacionalidades; é como um prolongamento do século XVII, cujas sínteses filosóficas do cartesianismo e do baconismo vêm sistematizar o saber enciclopédico e generalizá-lo na instrução politécnica, alargando os moldes das universidades medievais e das academias da Renascença. Em uma frase luminosa sintetizou Comte esse período dos impulsos simultâneos do pensamento e da ação - o século excecional, e Guizot confessava, que se lhe fosse dado destacar na história o século da sua simpatia, apontava o século XVIII. É quando a França retoma a sua hegemonia medieval, influenciando de novo na mentalidade e na sociabilidade da Europa, pelos livros e pelas modas elegantes.
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